5 dicas para pedalar na chuva

É com grande alegria que publico o texto abaixo do treinador (e grande amigo), Mateus Manzini. Mateus é um dos melhores ciclistas que eu já conheci na vida, pois tem uma técnica incrível tanto no ciclismo quanto no Mountain Bike. Além disso, desenvolve um trabalho muito bacana de formação de ciclistas em São Carlos (SP), por conta desse trabalho, acredito verdadeiramente que dentro de poucos anos, São Carlos será a capital do ciclismo no Brasil, tamanho o sucesso que a equipe de base está tendo nas corridas por aí.

No texto, abaixo Mateus nos dá 5 preciosas dicas para conseguir vencer a lama e pedalar de mountain bike na chuva. Confira!

Por Mateus Manzini, treinador da Meta Ciclismo

Pneus com cravos grandes e espaçados são melhores em terrenos enlameados

Resolvi escrever esse artigo por estarmos num período de chuvas pesadas. Período que, no Brasil, normalmente vai de dezembro até o final do mês de março.

Se formos esperar por dias sem chuva, podemos ficar vários dias sem treinar. Para isso você pode se preparar tomando algumas providências antes de ir para a trilha.

Há certos setores que você precisa sempre prestar atenção antes de um treino: vestimenta, alimentação, hidratação, equipamento, acessórios e ferramentas.

Dicas para pedalar na chuva

1.Capa de chuva e manguito: Numa situação com o corpo molhando num dia sem sol, precisamos de mais energia para manter a temperatura corporal, daí vem a sensação térmica de frio. A principal função da capa de chuva, ao contrário do que muitos pensam, não é impedir que a camiseta do ciclista encharque, mas sim ser uma barreira física contra o vento. Não entrando vento, o calor do corpo irá se conservar mais, por isso que às vezes – nas capas de chuvas mais antigas, que não têm ventilação adequada, sente-se como se estivesse numa sauna. Usando um manguito você mantém uma fina camada de água entre a pele e o tecido. Essa camada de água conserva o calor melhor do que se a pele estivesse em contato direto com a capa de chuva, que constantemente recebe pingos gelados.
2.Alimentação: como explicado acima, o corpo irá perder mais calor na chuva, e perder calor significa perder energia. Se muito calor é perdido e não se tem fonte de energia para repor, das duas uma: ou o ciclista vai ter hipoglicemia – que é um dos problemas mais comuns em quem não se alimenta corretamente antes e dutante os treinos, pois os carboidratos são a fonte principal de energia para a contração muscular – ou ele vai ter hipotermia, que é o frio advindo da falta de energia para gerar calor. O que levar? Carboidratos em gel ou diluído em água, mas atenção: em maior quantidade do que quando você sai em dias sem chuva. Seja sensato, se for andar 01:00:00 na chuva, não precisa levar 5 sachês de 30g de carboidrato. Nesse caso, se fizer uma boa alimentação anteriormente nem precisa levar nada para repor suas energias (caso você seja um ciclista experiente, que já ande há alguns anos).
3.Hidratação: A percepção da necessidade de água diminui muito com a chuva, mas isso é uma ilusão. Não tomar água na chuva também vai levá-lo à desidratação. Com o sol, temos maior perda de líquido, mas a sensação térmica em dias de calor é também um fator chave para levar-nos a beber mais água. Segundo alguns autores, o ideal é tomar 250ml de água a cada 20 minutos de execício intenso, mas esse tema é tão controverso que há outros pesquisadores da área que dizem que só devemos beber água quando sentimos sede, pois isso evitaria, entre outras coisas, uma perda excessiva de sais minerais, nutrientes importantíssimos para a contração muscular. O que podemos afirmar é o seguinte: hidrate-se num dia de chuva tanto quanto num outro dia. Para a hidratação ser mais palatável, pode-se ingerir isotônicos e aí o que mais lhe agradar é o mais indicado! O isotônico, por ter sais minerais em sua composição, aumenta a rapidez da absorção da água nele contida; e se a bebida estiver gelada, mais rápida será absorvida e estará disponível para os processos metabólicos.
4.Pneus: Pneus de 1.8 a 2.0 são ideais para lama. Cravos de médios a grandes e mais distantes do que de costume uns dos outros também ajudam, pois não permitem que grude barro no pneu. Calibragens fora do que você deve estar acostumado (o autor pesa 81 e usa de 34 a 36lbs num pneu 2.0) devem ser testadas: inclusive, no mountain bike, como em tudo na vida, as coisas devem ser testadas. Nos artigos O Guia definitivo para os pneus de MTB e A verdade sobre os pneus de MTB, ambos publicados pelo Rodrigo Langeani encontram-se informações sobre a pressão ideal a se usar e o tipo certo de pneu para cada situação. (Leia também Qual a pressão correta para os pneus de MTB).
5.Gancheira: Numa entrevista com o Campeão Mundial de Xterra (Cave Man) ao Espírito Outdoor, o atleta revela que em seus treinos carrega, dentre outros itens, uma gancheira reserva. Quando lí essa entrevista, achei um certo exagero. Hoje, quando saí para o treino e estava a 25km de minha casa, minha gancheira foi arrancada por um elo da corrente que estava aberto, quando esse enroscou no câmbio e tracionou-o para cima. Portanto, não hesite: ande com uma gancheira reserva! Lembre-se sempre de ter com você uma chave de corrente e um canivete com chaves tipo allen, philips e fenda.

Repost do texto publicado em 9 de março de 2011

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