Pedalar seja para lazer, transporte ou condicionamento físico deve ser uma atividade prazerosa, mas que para muitos envolve alguns incomodos e desconfortos, e algumas vezes as causas desse desconforto são difíceis de serem diagnosticadas. Se não tratados esses desconfortos podem originar lesões.
Excluindo as lesões por quedas e tombos na bicicleta, a maioria das lesões desenvolvidas pelos ciclistas têm 2 origens a incompatibilidade entre o ciclista e a bicicleta e as lesões físicas e por excesso de treinamento (overuse) que também podem ser agravadas pelo mal posicionamento do ciclista.
Entre as as queixas mais comuns dos ciclistas estão:
- As dores lombares (65%)
- As dores no Joelho (18%)
- Dores no pescoço (9%)
- Desconforto ao sentar (10%)
- Dormência na mão (3%)
- Dormência no pé (3%)
Para muitos o ajuste da posição é uma questão de tentativa e erro, experimentando diferentes ajustes até encontrar a posição ideal. Ou o que é pior, tentando copiar a posição de outro colega.
Mas você sabia que existe um serviço chamado Bike Fit (ou Bike Fitting) que faz exatamente o ajuste do ciclista sobre a bicicleta para maximizar sua performance sem sacrificar o conforto? Por falta de informação muitos ciclistas ignoram os ganhos que se podem obter com um bom Bike Fit. Em um estudo (ainda não publicado) feito com uma equipe de ciclismo, que se submeteu ao Bike Fit segundo a metodologia da Bicicleta Perfeita, conseguiu melhor em média 10% de sua potência máxima, logo após o bike fit.
Existem diversos métodos de Bike Fit, que podem se utilizar de meios analógicos (através de réguas) ou digitais (imagens e vídeo), e podem ser estáticos (análise parada) ou dinâmica (análise do ciclista em movimento).
É importante, antes de mais nada, verificar a formação do bike fitter, segundo a legislação brasileira, para poder realizar bike fits, o fitter tem que ser formado em Educação Física ou Fisioterapia. Um bom bike fit leva em consideração as características do ciclista como medidas corporais, flexibilidade, força, estilo de pedalada e o uso que a pessoa fará da bicicleta. Contudo, um fit adequado envolve os ajustes de três pontos:
- Ajuste do taquinho da sapatilha: o pedal é o ponto de transferência de força entre o ciclista e sua bicicleta, um taquinho mal posicionado pode prejudcar além da sua transferência de força fazendo com que você desperdice energia na sua pedalada, pode também contribuir para o surgimento de algumas lesões como no tendão calcâneo, joelhos e até mesmo nos quadris.
- Ajuste da posição do selim: o selim junto com os pedais e o guidão, é um dos pontos de apoio do ciclista sobre a bicicleta. O selim deve ser ajustado em três dimensões, na sua altura (selim mais baixo ou mais alto), na sua inclinação (selim apontado para o alto ou para baixo) e no seu posicionamento antero-posterior (selim mais para trás ou mais pra frente em relação ao movimento central). Para tais ajustes são considerados as características anatômicas dos ciclistas, o uso que fazem da bicicleta. Segundo minha experiência a maioria dos erros relacionados ao posicionamento envolve um selim mal posicionado.
- Ajuste da altura (e da largura) e da distância do guidão em relação ao ciclista. O ajuste do guidão deve ser feito levando-se em conta as características anatômicas dos ciclistas, sua flexibilidade, alinhamento da coluna e o uso que fará da bicicleta.
- Como diz o ditado: é melhor prevenir do que remediar, em relação às lesões isso não é diferente, pois é mais fácil prevenir o surgimento de lesões do que curá-las, por isso cheque sua posição com um profissional adequado e tenha a sua bicicleta ajustada corretamente. Seja qual for o uso que você fará de sua bicicleta uma coisa é certa, a bicicleta deve se ajustar ao ciclista e não o ciclista à bicicleta.
Bons treinos!
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