Encontrei um excelente vídeo sobre o Tour de France de 1962. Em 2010 escrevi o texto Curiosidades sobre o Tour de France, contanto um pouco sobre a prova que fascina milhões de pessoas em todo o mundo. No texto, escrevo sobre algumas curiosidades relacionadas a origem do tour, a alimentação e gasto calórico dos ciclistas e os exames antidoping.
O Tour de France de 1962, não era muito diferente das provas de hoje. Já que tinha o mesmo formato, tinha etapas de montanha, etapas planas e até os contra relógios individuais. A prova de 1962, foi composta de 4274km e teve uma incrível velocidade média de 37,306 km/h, isso sem os artifícios das bicicletas de hoje, como quadros e rodas aerodinâmicas.
Nesse ano a prova voltou a ter uma classificação por equipes. O Francês Jacques Anquetil defendeu seu título e conseguiu vencer o Tour de France pela terceira vez. Anquetil conquistou a camisa amarela na 19ª etapa, um contra-relógio individual e a manteve até a chegada em Paris. Em segundo lugar ficaram Jozef Plackaert (Bélgica) e em 3º lugar Raymond Poulidor, o frânces que mais tarde se tornaria o queridinho dos Franceses, e viria ganhar o Tour de 1966.
O Vídeo, que só foi lançado em 1966, se intitulava Vive le Tour (Viva o Tour em Francês), feito pelo cineasta Louis Malle, venceu o Troféu Pomba de Ouro, no Festival de Documentários de Leipzig.
O mais bacana do vídeo é o retrato dos bastidores do tour, mostrando os competidores se alimentando, enfrentando lesões e até a questão do doping, que já naquela época era bem presente. Peço desculpas antecipadamente por alguma informação equivocada pois meu francês não é lá essas coisas (ainda faço aulas de frânces).
Prestigio e fascínio
No começo do vídeo podemos ver o fascínio e o carinho das pessoas ao receber o Tour em suas cidades. Assim como hoje, naquela época a população caprichava.
Alimentação dos ciclistas
Mais adiante, é retratado a alimentação dos ciclistas. A imagem dos ciclistas pegando as musettes é belíssima e impressiona. O que pude entender com o meu limitado Francês é que a alimentação dos ciclistas era a base de frutas, arroz e açúcar.
Uma cena bem interessante é a dos ciclistas entrando nos bares para roubar implorar por bebidas. Eles pegavam o que podiam, o que muitas vezes envolvia bebidas alcólicas. Numa das imagens vemos ciclistas bebendo cerveja e champagne no meio da corrida.
Segundo o vídeo, ao final do Tour os diretores de equipes recebiam contas de vários bares nos quais os ciclistas tinham pego bebidas. Tenho certeza que algumas vezes ficava por cortesia da casa.
Doping
Já naquela época o ciclismo era conhecido como um esporte de muito doping (Shame on you guys!). Mais tarde em 1966 houve até um protesto dos ciclistas quando a organização ameaçou iniciar exames antidopings, durante esse incidente. apenas um ciclista saiu do hotel: Raymond Poulidor. Todos os outros ciclistas se recusaram com medo do exame.
Quedas e lesões
Os acidentes do pelotão também são retratados bem de perto, e podemos ver os ciclistas feridos sendo colocados em suas bikes e empurrados de volta a prova. Na minha opinião algumas imagens são bem fortes, e alguns ciclistas estão visivelmente com dores e desorientados.
Comparado com os dias de hoje a estrutura médica era precária.
Etapas de montanha
A marca registrada do Tour, são mostradas. Aqui, duas coisas me chamaram a atenção.
Os torcedores descaradamente empurrando os ciclistas. Segundo o vídeo, apenas os primeiros 15 ciclista não são empurrados, segundo as regras. Já para os outros, “aquela” forcinha era permitida (Leia também É melhor subir em pé ou sentado? nosso artigo mais plagiado, ou Treine como um Escalador do Tour de France).
Outra coisa bem legal é o uso de jornais para manter o calor corporal nas descidas. Essa prática é bem conhecida entre os ciclistas, e quem já experimentou sabe o quanto um jornal por baixo da camisa é eficiente para manter a temperatura corporal.
Veja o vídeo abaixo.
E você o que achou?
Bons treinos!
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