(Post atualizado em 20/10/2018)
Escolher o melhor pneu para MTB pode ser uma das coisas mais confusas para o ciclista iniciante. Existem muitas opções e muitos fatores que afetam o desempenho dos pneus como quantidade e tamanho de cravos, calibragem, largura, material de construção….
Para ser lançado no mercado os pneus passam geralmente por 2 tipos de testes:
Resistência a rolagem, onde os pneus são testados e a potência para se andar numa determinada velocidade, é medida. Quanto menor a resistência à rolagem, menos energia gastamos para manter a velocidade com o pneu.
Tração, e durabilidade, onde os pilotos de teste levam os pneus à condições extremas de uso, terreno e calibragem. Alguns testes de durabilidade são feitos em máquinas para se analisar o tempo de desgaste da borracha.
Vou detalhar abaixo todos fatores que afetam a performance do pneu, mas principalmente escolhemos entre tração e controle. Maior tração significa que você terá mais controle sobre a bike mas andará um pouco mais devagar. Menos tração significa que você vai andar mais rápido principalmente em piso duro mas não terá tanto controle da bike principalmente nas curvas, subidas e em piso solto (areião, lama, pedras).
O que afeta um pneu?
Kevlar ou Arame
Basicamente temos 2 tipos de pneus os pneus com banda de kevlar e os de arame. Os pneus de arame possuem uma armação de arame o que os deixa “armados” e não deixa que esses pneus sejam dobrados. Normalmente os pneus com arame são mais pesados, muitas vezes mais duros de se colocar e tirar da roda, mas também são pneus mais baratos.
Os pneus com banda de kevlar são mais maleáveis, mais leves e podem ser dobrados. São mais fáceis de se trocar, porém costumam ser mais caros.
Pneus Tubeless
Existem pneus que foram construídos para serem usados sem câmara de ar (tube less) em aros especiais. Isso garante aos pneus menor chance de furar já que 80% dos furos são ocasionados em pancadas onde a câmara de ar é “mastigada” entre o aro e o pneu ocasionando um tipo de furo comumente chamado de snake bite (mordida de cobra) pois a câmara fura em 2 lugares ao mesmo tempo assemelhando a uma mordida de cobra.
Pneus tubeless permitem que você ande com menos pressão o que no mountain bike significa andar mais rápido.
É possível montar o sistema tubeless com pneus normais. Dessa forma o peso total da roda diminui já que pneus normais são mais leves que pneus tubeless. A desvantagem é que assim aumenta o risco de furos nas laterais dos pneus, uma vez que os pneus normais são um pouco menos espessos que pneus tubeless.
Para utilizar tubeless normalmente é colocado um liquido selante dentro do pneu para vedar os furos que por ventura possam surgir no pneu. Depois que comecei a usar tubeless nunca mais fiquei na trilha por ter um pneu furado.
Fios por polegada (Threads per Inch – TPI)
Medida relacionada a trama do pneu, tecido que fica no meio da borracha (normalmente vem escrito na lateral ou na embalagem do pneu). Um TPI mais alto significa que o pneu possui mais material por polegada, sendo um pneu mais macio e leve, mas ao mesmo tempo mais fino. Um TPI mais baixo significa um pneu mais robusto, porém mais duro e pesado.
Material do pneu
Os pneus normalmente são compostos por diversos tipos de borracha. É comum que um mesmo pneu adote uma borracha mais dura para a banda de rolagem do pneu e uma borracha mais mole para as laterais do pneu.
Existem pneus onde a banda de rolagem é feita de kevlar. Para quem não sabe kevlar é uma fibra sintética muito resistente ao calor e é 7 vezes mais resistente por unidade de peso do que o aço. Quando adicionado na banda de rolagem dos pneus confere mais resistência e maior durabilidade. Se couber no seu orçamento, escolha pneus de kevlar.
Cravos: tamanho, forma e espaçamento
Um cravo maior (tanto no tamanho quanto na altura) aumentará sua resistência a rolagem significando que você será mais lento no piso duro mas mais rápido em pisos soltos (pedras e areia). Cravos menores oferecem uma menor resistência a rolagem o que significa que você será mais rápido no piso duro, mas te deixarão com pouca tração em terrenos como areia e lama.
O formato dos cravos também afeta a performance do pneu. Cravos mais côncavos significam maior resistência de rolagem e maior tração. Cravos quadrados e arredondados significam maior velocidade.
Menos cravos melhora a rolagem do pneu mas piora o controle. Por isso a maioria dos pneus de competição possuem muitos cravos pequenos, isso é uma forma de deixar o pneu rápido sem ter que sacrificar o controle da bike. Para lama normalmente recomenda-se pneus com cravos mais espaçados pois assim a lama não gruda tão facilmente nos pneus.
Atletas de elite, que geralmente são extremamente técnicos, costumam cortar alguns cravos de seus pneus para reduzir o peso e deixar o pneu mais rápido.
Obs.: não tente fazer isso em casa pois o risco de você estragar seu pneu é grande.
Curvas
A performance de um pneu nas curvas esta diretamente relacionado com seus cravos laterais.
Procure por pneus que tenham cravos laterais bem próximo das bordas do pneu. Uma borracha mais macia adere melhor em piso duro, uma borracha mais dura é recomendada para piso solto.
Largura
Quanto mais largo for o pneu maior será sua pegada no chão, pneus mais largos conferem mais tração mais tem maior resistência a rolagem. Na maioria das vezes é recomendado um pneu entre 1.9 e 2.1, para lama é recomendado pneus mais finos 1.8 (atletas muito técnicos usam 1.5) pois retém menos barro.
Pneus mais largos 2.2, são mais rápidos na areia. Você pode usar um pneu 2.2 com 2psi a menos que um pneu 2.0 e acredite, eles são mais rápidos do que o mesmo pneu 2.0 no areião, porque tem menor resistência a rolagem, pois com uma “pegada” maior eles se mantém mais na superfície da areia ao invés de afundar e criar mais resistência.
Uma estratégia muito usada é usar um pneu mais largo na frente (2.1-2.2) e um pneu mais fino (1.8-2.0) atrás. Isso confere maior controle nas curvas sem sacrificar o peso da bike.
Leia também Largura do Pneu da Bicicleta.
Pressão dos Pneus de MTB
Pneus normais de MTB (2.0-2.25) com câmara devem ser usados na faixa de 30-40psi, pneus tubeless devem ser usados 18-30psi, menos até em alguns casos. Isso varia de acordo com o terreno que você for andar, o peso do atleta e a habilidade técnica do ciclista.
Ciclistas mais pesados devem usar um pneu mais cheio. Em piso duro pressões mais altas são melhores. Para areia recomenda-se uma calibragem de 5-10 psi menor do que normalmente você usa em piso duro.
Ciclistas mais técnicos também podem usar pressões menores nos pneus.
Para quem quer saber ao certo recomendo ler nosso artig
Direção do Pneu
Os pneus normalmente vem com uma recomendação de direção na sua lateral.
É comum encontrar pneus onde se utiliza o pneu em um sentido na dianteira e o sentido inverso na traseira. Siga a recomendação dos fabricantes, de modo geral, é o melhor jeito de otimizar sua performance.
Meus pneus preferidos?
Competição (all terain-hardpack)
- Hutchinson Cobra: Não é tão fácil de achar no mercado Brasileiro, mas continua sendo o meu pneu favorito. Foi esse pneu que Julien Absalon usou para ganhar os jogos Olímpicos de 2008..
- Specialized Fast Track – um pneu all around muito equilibrado e rápido!
- Specialized Renegade: Um pneu bom nas retas, mas péssimo nas curvas. Use-o na roda traseira, ou em um percurso de chão batido. Para usá-lo na roda dianteira, só usando tubeless e com pouca pressão.
- Continental Race King: Segundo as revistas especializadas hoje é o pneu com menor resistência a rolagem de todos. É um pneu de grande volume e formato redondo, sendo considerado por alguns ciclistas como ruim de curva. Já o experimentei e prefiro os pneus de 2.2 ao inves de 2.0, acho que ele traciona bem mas também é um pneu que funciona melhor com menores pressões.
- Schwalbe Rocket Ron: O pneu atual da minha bicicleta. Um pneu all-around muito bom. Rola rápido, limpa bem a lama e tem um grip fantástico nas curvas! Pra quem usa bicicletas de XC, recomendo 2.1 ou 2.2 na frente e 2.0 atrás.
- Schawalbe Racing Ralph: Um dos pneus mais usados em competições. Pode ser usado na dianteira e na traseira. Por preferência própria gosto de usá-lo mas na traseira da bicicleta em conjunto com o Rocket Ron na dianteira.
- Maxxis Aspen: Um dos meus pneus favoritos e que em 2018 foi a escolha do Nino Schurter para correr as etapas da Copa do Mundo de MTB. O pneu tem várias versões com borrachas mais duras (pesadas e resistentes) ou mais moles (oferecem mais tração, mas são um pouco mais suscetíveis aos furos). Recomendo usar 2.1ou 2.25
- Maxxis Pace: um pneu com baixíssima resistência à rolagem. Se vais competir em uma trilha com chão batido, esse é o seu pneu!
Piso solto (loose over hardpack)
- Maxxis Crossmark: uma versão melhorada do Rancheiro. Rola um pouco mais rápido. Bom em pedras e raízes escorregadias, mas fuja desses pneus para andar na lama!
- Kenda Small Block 8: Pneu com vários cravos pequenos, rola rápido, traciona bem, bom nas curvas. Não sou muito fã, mas muitos amigos adoram. Desvantagens: gasta rápido e fura fácil.
Lama
- Bontrager Mud X: pneu muito bom pois seus cravos espaçados permitem a lama se soltar facilmente. A desvantagem é que normalmente são encontrados em tamanho 2.0 o que pode reter um pouco de lama no quadro.
- Maxxis Beaver: Uma evolução do extinto Maxxis Meduza. Apesar de ser projetado para a lama, o pneu se defende bem em piso levemente molhado e em piso solto (lê-se pedras).
- Continental Mud King: Quando o percurso está realmente enlameado, esse é o pneu que eu escolho. Disponível apenas na versão 29×1.8.
* Os pneus listados acima representam apenas minha opinião pessoal. Se tiver alguma sugestão, deixe nos comentários.
Aviso!! Esse é um texto longo sobre um assunto complexo. Se começar a ler, por favor leia até o final ANTES de tirar as suas conclusões. Comentários e críticas serão bem vindos!!
O debate sobre qual é o melhor tamanho de roda é cada vez mais intenso. Depois de andar milhares de quilômetros com os dois tamanhos de roda, pude perceber que tanto a aro 29 quanto a aro 27,5 possuem os seus pontos de destaque. E isso deve ser levado em consideração na hora de escolher uma nova bicicleta, seja você atleta de cross-country, enduro, DH ou apenas atleta de final de semana!
Confesso que toda essa evolução as vezes me deixa com um pouco de raiva, pois assim que compramos nossa nova bicicleta com os mais novos recursos, parece que a indústria já lança novas bicicletas, novos padrões e novos recursos, não é?
A indústria quer nos empurrar novos produtos?
Alguns dos lançamentos no mundo das bikes nos faz ficar um pouco desconfiados, e as vezes até parece que a indústria tenta nos empurrar alguns produtos goela abaixo.
Um ponto você pode ter certeza, isso não vai parar nunca. Pois a indústria de bicicletas procura lançar novos produtos para atender melhor o consumidor.
Mesmo que alguns dos produtos lançados não sejam adequados para você (ou para o seu uso da bicicleta) elas atenderão um público específico. Foi assim quando surgiram as aro 29, com as Fatbikes, com as aro 27,5”(ou 650b) e agora com as bicicletas plus size (27,5+ e 29er+).
Embora, para a maioria de nós, não dê para ficar trocando de bike toda a hora, tente enxergar isso com novos olhos, pois isso significa mais opções para você escolher.
Também não acho que as marcas iam comprometer sua reputação de longo prazo lançando produtos que sejam ruins e deixem os consumidores descontentes depois de um tempo.
Bicicletas Aro 29
As 29 ainda são o tamanho de roda mais utilizado no mercado e a popularização desse tamanho de rodas foi devido às suas características.
Vantagens das Aro 29:
- Passar sobre obstáculos: Rodas maiores rolam mais fácil sobre obstáculos, isso inclui pedras, tocos, erosões, rock gardens. E para a maioria dos atletas isso é uma vantagem.
- Manter a velocidade: As 29 demoram mais para pegar velocidade, mas uma vez que você conquistou a velocidade é mais fácil mantê-la. Essa característica ajuda em provas de estradão e em subidas curtas, onde você consegue subir embalado.
- Aderência: As rodas maiores, tem uma área de contato maior com o chão isso proporciona um pouco mais de aderência com as curvas e um maior agarre na hora de freiar.
Desvantagens das Rodas 29:
- Tamanho: Atletas muito baixos (menos de 1,60m) dificilmente conseguem uma boa posição em uma 29. Para esses atletas recomendo de boca cheia uma 27,5.
- Peso: As 29 são um pouco mais pesadas do que as 27,5. Para os ciclistas extremamente preocupados com peso, as 27,5 são mais weight weenie.
- Dirigibilidade: As 29ers não são tão ágeis quanto as 27,5″, embora a geometria das bikes melhore ano a ano.
- Construção de Quadros e Sistemas de Suspensão: o tamanho das rodas grandes limita um pouco o design de suspensões traseiras, é por isso que vemos poucas 29ers de long travel, é por isso que surgiu os cubos boost 148 e é essa é uma das razões para surgir as 27,5”.
Bicicletas Aro 27,5
Acho que hoje as rodas 27,5 são, atualmente o tamanho de roda mais criticado no mundo do MTB.
Muitas pessoas são relutantes a experimentar novidades, mas acredito que veremos mais e mais rodas 27,5” no circuito mundial de MTB se as pistas continuarem nessa tendência de se tornarem cada vez mais técnicas. Alguns atletas já tem mudado para o 27,5” (vindo das 29) e parecem estar andando melhor, veja o exemplo de Emily Batty da TREK (que corria de 29 e melhorou seus resultados andando de 27,5”)
Vantagens das Bicicletas aro 27,5
- Peso: As bicicletas aro 27,5 são relativamente mais leves que as aro 29 (comparando bikes com a mesma configuração) e isso é uma grande vantagem para provas de subida ou para atletas mais leves, que normalmente não conseguem produzir valores altos de potência absoluta.
- Aceleração: A 27,5” tem uma capacidade de acelerar melhor do que as rodas aro 29. Em trilhas muito travadas onde ficamos constantemente acelerando e desacelerando, isso pode ser uma vantagem para o atleta (vide o Nino Schurter que costuma se aproveitar da agilidade desse tamanho de roda e atacar sempre no final da prova).
- Dirigibilidade: Esse para mim é o ponto principal das 27,5” a agilidade e a facilidade de manobrar a bike é significativamente melhor do que as aro 29. A melhora na dirigibilidade da 27,5” pode ser o fator que vai fazer você se divertir mais em cima da bike!
- Long Travel: As 650b facilitam a criação de quadros com long travel que ofereçam ao mesmo tempo uma pilotagem agressiva. Por isso esse tamanho tem se popularizado também nas bikes de All-Mountain e Enduro.
Desvantagens das aro 27,5”
- Manter a velocidade: Apesar das 650b (o outro nome das 27,5”) acelerarem mais rápido, as 29 mantém mais facilmente a velocidade. Em percursos muito planos ou de muito estradão, você terá que usar um pouco mais de força ou ficar mais tempo na roda das 29.
- Descidas em alta velocidade: Descidas em alta velocidade e pouco técnicas são uma pequena desvantagem dessa bike se comparado com as 29, já que as rodas maiores conferem mais estabilidade à bike. Isso não acontece tanto em descidas muito técnicas, onde a dirigibilidade das 27,5, ao meu ver, leva vantagem.
Outras considerações sobre as 27,5”
- Relação: Para conseguir atingir a mesma velocidade final de uma 29 você terá que usar uma relação um pouco mais pesada. De um modo geral recomendo buscar uma coroa 2 dentes maior do que você usaria na 29. Eu atualmente uso uma coroa 34 dentes na minha bike 27,5.
- Pneus: Um pneu um pouco mais largo na roda da frente (2.1 ou 2.2) contribui muito para o aumento da performance da bike.
E aquele estudo que saiu recentemente afirmando que as 27,5” eram o pior tamanho de roda?
A alguns meses saiu um suposto estudo que comparava os diferentes tamanhos de roda (Se você não sabe do que estou falando, vale a pena dar uma olhada no vídeo do teste e no vídeo dos resultados!).
Um cientista usou um grupo de ciclistas para testar os 3 tamanhos de roda em uma pista de XC avaliando uma série de variáveis (potência, recrutamento muscular, gasto metabólico, velocidade, tempo total na volta….).
Dr Howard Hurst, o cientista responsável pelo estudo, estuda ciclismo e MTB, com destaque sobre os seus estudos sobre Downhill. No vídeo publicado pela Bike Radar, os apresentadores afirmam que as 27,5 (ou 650b) obtiveram o pior resultado entre todos os tamanhos de roda.
No entanto, os dados reais não mostram bem isso.
É inegável que o estudo tentou avaliar os fatores fisiológicos e biomecânicos que interferem no desempenho do MTB, usando alguns dos melhores equipamentos que a ciência possui.
No começo do vídeo, o próprio autor do estudo, Dr Howard Huges (0:40-0:50) atesta que não houve diferença estatisticamente significante entre o desempenho das bicicletas aro 26, 27.5 e 29.
O que isso quer dizer?
Isso quer dizer que se o estudo fosse repetido mil vezes, da mesma forma, o resultado obtido seria o mesmo – não hove diferença estatisticamente significante!
No entanto, acredito que o número de testes foi insuficiente para levar em conta o fator humano. Se o teste fosse realizado com centenas de ciclistas, testando bikes de diferentes tipos de roda com componentes idênticos, teríamos dados suficientes para tirar uma conclusão aceitável. Acho até que cada um dos tamanhos de roda poderia ser mais eficiente para uma determinada situação.
No entanto ele mesmo afirma que “não houve diferença estatística” (e o faz várias vezes durante o vídeo!).
Para que serve a estatística?
A estatística serve para entendermos as relações entre diversas variáveis e o quanto cada uma das variáveis interfere na outra.
Isso é usado em diversas áreas, na medicina, na engenharia, na física. Sem as ferramentas estatísticas seria praticamente impossível entender e mensurar os resultados dos estudos. Mas para que os dados sejam confiáveis é necessário garantir a boa formatação do estudo.
Mas, no estudo, as aro 29 não foram em média 19seg mais rápidas que os outros tamanhos de roda?
Sim, mas isso quer dizer que a variância dos dados entre cada tamanho de roda foi tão grande que mesmo uma diferença grande como 19seg entre a 29 e a 27.5, em um percurso de aproximadamente 15min, não foi estatisticamente significante.
Em outras palavras o quão distantes os dados estão do valor esperado.
Isso pode ser explicado por vários fatores. Uma das explicações é que em um grupo pequeno de avaliados, o fato de que 1 ou 2 ciclistas podem ter sido bem mais rápidos com a 29 do que o restante do grupo (ou bem mais lentos com a 27,5”) e isso “contaminaria” os dados.
Mas outros detalhes podem ter influenciado os resultados:
- Os participantes do estudo tiveram a chance de fazer o reconhecimento no percurso?
- Qual a sequência em que os bikes testaram as bikes? Todos testaram as bicicletas da mesma forma?
- Em se tratando de esforços máximos, não foi pouco o tempo de descanso entre as tentativas? As vezes nas últimas tentativas os bikers poderiam estar cansados.
Para quem anda em pistas de XC sabe que é difícil manter a constância nas voltas em uma pista, isso em um esforço controlado. Em um esforço máximo essa dificuldade aumenta muito. Agora imagina tentar obter dados conclusivos em apenas uma tentativa? Por isso seria necessário repetir o teste dezenas de vezes (com os mesmos atletas) para ter dados mais fidedignos.
Qual é a minha opinião sobre isso?
Minha opinião pessoal é que até o momento, não existe nenhum estudo realmente conclusivo a respeito e mais estudos precisam ser realizados para entendermos melhor a questão.
Acho que talvez nunca encontremos uma resposta absoluta, pois a variação biológica é muito grande (o meu corpo e estilo de pilotagem pode ser bem diferentes do seu) e isso implica que pessoas diferentes podem precisar de bikes diferentes.
Acho que todos aqueles que querem comprar uma bike nova precisam experimentar os dois tamanhos de roda. Hoje muitos bike shops oferecem a possibilidade de se fazer um test drive e isso permite que testemos os equipamentos antes de comprá-lo! Melhor impossível!!
Mas as 29 não dominam no cross-country?
Sim e não. Sim, porque elas tem sido a escolha de maior parte dos bikers. Não, porque existem alguns bikers como Nino Schurter e Emily Batty (que mesmo em minoria) tem tido resultados expressivos com as 27,5″. Ou seja o seu amigo pode se adaptar melhor a uma 29 e você a uma 27,5 e isso você só vai descobrir experimentando.
O inverso acontece para nas provas de Enduro onde, embora a maioria dos atletas escolham usar bicicletas 27,5 existem alguns poucos atletas obtendo excelentes resultados com as 29.
Então, minha dica é experimentar antes de tirar alguma conclusão!!
E você acha o que de tudo isso? Deixe o seu comentário.
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