Aia, Holanda

Cheguei por terra novamente até Amsterdã (o preço de viagens de ônibus na Europa é muito baixo, de Bruxelas até Amsterdã foi apenas 9 euros). De lá encontrei com minha irmã e família na estação central, que tinham acabado de chegar de viagem pela Irlanda!

Rever minha irmã, sobrinha e cunhado foi algo que me deixou muito feliz! Já tinha 6 meses desde a última vez que nos encontramos e os bebês crescem muito rápido! A Violeta já com 2 anos estava andando e falando um monte (lógico que filha de brasileiros, nascida na Holanda e com visitas de vários cantos do mundo, ela ainda estava meio perdida, tentando saber se aquela mistura de línguas era o normal numa sentença!!).

Eles moram em Aia, a capital política da Holanda e um dos principais centros de direito internacional do mundo (o famoso tribunal de Aia, lembram?). Uma cidade beira mar, plana, com um sistema de transporte público muito interessante (trens, metrô de superfície e ônibus que integram bem as milhares de bikes que vemos pelas ruas). Aqui não importa se está chovendo, nevando ou derretendo de calor: a maioria vai pegar a bicicleta e seguir o seu destino (trabalho, balada, encontro romântico…). Existem muitas ciclovias, mas também muitas ruas sem. A prioridade é sempre da bicicleta nas ruas! Os carros, param, esperam e quando conseguem ultrapassam.

São centenas de tipos e formatos de bicicletas: dobráveis em 2 partes, em 3 partes, elétricas, com cestinha para carregar compras, crianças, gatos e o que mais vier na sua cabeça e necessidade! Bikes elétricas, de todos os tipos: algumas que parecem mobiletes (tem um acelerador e tudo) e algumas que compensam o seu torque no pedal com energia similar. O preço irá variar muito… podendo chegar a valores de carros populares! Claro, que estava gelado para um goiano, mas não nos impediu de pedir uma bike dobrável emprestada para outro casal de brasileiros e pedalar pela cidade! Tive que comprar uma luva especial, pois minha mão e meus pés estavam próximos de congelar (tirando o exagero, realmente é uma das partes do corpo que mais sentem com o frio!).

Meus dias em Aia foram para recuperar a bateria (depois de tantos dias dançando freneticamente…) e curtir a família. Essa época do ano, já é possível ver alguns animados andando de bermuda e camiseta (quase fui perguntar se precisavam de dinheiro para comprar um casaco de pele… hehehehehe). A praia possui umas dunas imensas de areia branca que me lembram muito um dos meus lugares favoritos, Itaúnas (ES). No meio de março, começam a montar os cafés e restaurantes itinerantes na areia (em poucos dias onde não havia nada, você se depara com um restaurante de madeira imenso, com capacidade para pelo menos 100 pessoas se acomodarem nas mesas, sem contar as cadeiras de praia e bancos para curtir o vento gelado e um pôr do sol digno de uma garrafa de vinho)!

Aia possui uma população de imigrantes enorme (muitos deles estudantes de mestrado e doutorado de todos os cantos do mundo). Então, é uma cidade que você poderá se comunicar em diversas línguas, além de experimentar a cultura local. A conexão com Amsterdã é muito simples, com apenas uma hora de trem. Ao lado de Roterdã (30 min de trem) e Delft (famosa pelo trabalho em porcelana a menos de 20 min ). Dessa vez, eu fui apenas para Amsterdã para fazer umas aulas de dança com uma brasileira que conheci em Londres, Juliana Braga, e também dar uma aula de forró para os alunos dela. Não, não sou muito de usar entorpecentes e apenas fumei uma vez durante esses 20 dias que estive por lá (na verdade traguei do cigarro de um amigo e nem dá para considerar fumar… rsss).

Algo que me chamou a atenção é a quantidade de haras e escolas de equitação na cidade. Você certamente irá ver várias pessoas andando a cavalo pela praia, pelas trilhas nas dunas, ou até mesmo pelo centro da cidade você vai ver uma pessoa levando o seu cavalo para passear!! hehehehe Como eu e a minha sobrinha adoramos esse animal, então é sempre um barato encontrar com eles na rua!

Aqui foi onde eu tive que fazer o primeiro pit stop para cortar o cabelo! Vai ser engraçado ter que cortar o cabelo em tantos países diferentes. O custo do corte em Aia é de 20/25 euros (para homens) e geralmente eles falam muito bem o inglês. Então, fui onde meu cunhado costuma cortar e ficou muito próximo do que eu tinha no Brasil! Vamos ver como será daqui a 3 semanas!!! 🙂

No penúltimo dia de estadia com a minha irmã, acordei com uma notícia ruim: Bruxelas tinha acabado de sofrer um ataque terrorista, justamente na estação de metrô que eu iria usar para voltar para a casa dos meus amigos (do post anterior) a caminho de Paris. Como preferi ficar mais um dia na casa da minha irmã, (sorte, amor ou destino?), eu não cheguei a Bruxelas no dia do atentando. Acabei cancelando minha passagem e fui encontrar minha amiga diretamente em Paris. Felizmente, ela e o namorado não foram atingidos. Incrível como estamos a mais de 5000 anos matando uns aos outros por coisas sem sentindo… Quantos séculos mais vamos levar para termos uma boa convivência?

Recuperado do susto, bora para Paris, que mais um festival de forró vai começar!!

Vaarwel!!

Nota: foto do pôr do sol tirada na praia de Aia, exposição manual usando a mesa como tripé.

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