Já ouvi vários alpinistas falarem que a descida é a pior parte da escalada. Segundo as estatísticas a maior parte de acidentes ocorre na descida da escala. A Revista Go Outside sugere, que os riscos da escalada permanecem após a descida da montanha. Segundo novos estudos demostram que o “ar rarefeito pode destroçar neurônios a altitudes menores” do que se imaginava.
Encontramos o estudo e fomos aos fatos:
De acordo com os pesquisadores espanhóis Nicholás Fayed , Humberto Morales e Pedro J. Mondrego, que examinaram o cérebro de 35 escaladores de altitude com ressonância magnética, após estes retornarem de suas expedições os danos parecem mais sérios do que se imaginava.
Os escaladores testados foram divididos em 2 grupos. O primeiro grupo foi formado de escaladores que tentaram a subida do Monte Everest (8848m de altitude). Dos 14, apenas 1 não apresentava danos cerebrais. O segundo grupo continha escaladores que tentaram escalar o Monte Aconcágua (6959m de altitude), o Mont Blanc (4810m de altitude) e o Monte Kilimanjaro (5895m de altitude). Nesse grupo todos os escaladores apresentaram algum grau de dano cerebral. Os exames constataram a presença de lesões cerebrais em diversas partes do cérebro e a atrofia em áreas do córtex cerebral.
As áreas do cérebro danificadas estão relacionadas a perda de memória e alteração da personalidade. Algumas lesões regrediram após algum tempo, mas outras lesões foram permanentes. Douglas Fields, autor do livro The other Brain, ainda não publicado no Brasil, cita um grande escalador que não se identificou que disse não ter certeza de que suas funções cognitivas se recuperam totalmente após grandes escaladas. Fields cita também Alex Van Steen, guia da empresa RMI, que disse que “as vezes você não volta ao normal depois da escalada”. Em um estudo mais recente publicado no Journal or Neurological Research, Fayed afirma que os riscos aumentam com a idade – escaladores acima dos 40 tem maior propensão a ter mal de montanha e danos cerebrais se comparados a escaladores mais jovens.
Uma boa notícia para os escaladores:
No mesmo estudo Fayed constatou também que o risco de danos cerebrais diminui a com um melhor tempo de aclimatação e melhor hidratação na montanha.
Suas recomendações são:
- não subir mais de 300m por dia em altitudes acima de 3 mil metros.
- Ficar o menor tempo possível acima de 3 mil metros.
- Comer alimentos ricos em carboidratos, já que nosso cérebro só consegue processar carboidratos como fonte energética
- Hidratar-se bem e evite álcool que desidrata e diminui a taxa respiratória.
Eu pessoalmente não tenho certeza mais da minha vontade de conhecer o everest!
Bons treinos!
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