Hoje temos tantas marcas e modelos que fica difícil saber escolher a melhor Mountain Bike.
A Bike ou o ciclista?
Para alguns é o ciclista que faz a diferença. Para outros, uma boa bicicleta influencia muito mais.
De vez em quando nos deparamos com algum atleta que nos faz “comer poeira, pedalando uma bicicleta mais simples ou extremamente velha. Isso demonstra a importância do condicionamento físico no resultado final da performance. No entanto, quando vemos uma disputa entre dois atletas igualmente bem treinados, e um deles tem um equipamento muito melhor do que o outro, dificilmente quem tem um equipamento melhor perde.
Depois da minha participação no Campeonato Mundial de Xterra (cross-triathlon) em 2008, diminuí o foco no meu treinamento e passei a dar atenção a outras áreas da minha vida (trabalho, família…), com isso, fiquei acomodado em relação à minha bicicleta. Na época, minha bicicleta uma hardtail, aro 26, com quadro de alumínio era considerada uma boa bicicleta. Com suspensão Rockshox Reba de 100m de curso e grupo completo Shimano XT (câmbios, mudadores, freios e rodas) garantia toda a performance que eu queria. Uma bicicleta rápida, leve (para os padrões da época) e que eu achava divertida de pedalar.
Recentemente com minha Assessoria Esportiva passei a trabalhar mais próximo ao mercado de bicicletas e com isso tive a chance de pedalar e testar novos produtos. Quanta diferença!
Tanta coisa nova, que eu fique pensando em como eu pude ficar esse tempo todo com a mesma bicicleta. Não que nesse período a minha bicicleta tenha piorado. Ela ainda continuava extremamente capaz, mas as novas tecnologias ampliaram e muito as possibilidades do MTB.
Veja quais foram na minha opinião os principais pontos da evolução das bicicletas nos últimos anos:
FREIOS A DISCO
Novos tamanhos de rotor (disco) garantiram maior força de frangem e diminuição do aquecimento dos discos.
Novas ligas de metal permitiram maior durabilidade e melhor performance, principalmente em condições extremas. Isso tudo sem falar nas mudanças nos pistões e manoplas de freio com regularem mais modular, que permite ter os freios ao gosto do cliente!
Não é a toa que começaram a aparecer alguns modelos de bicicletas para ciclismo e estrada equipadas com os freios a disco.
Freio a disco é muito melhor e não é a toa que esse recurso está sendo incorporado nas novas bicicletas de speed e triathlon.
RELAÇÃO 2 coroas ou 1 coroa (2×11 ou 1×12)?
Em alguns casos a relação 2×11 é necessária e isso não se discute. No entanto, com apenas 1 volante o ato de mudar de marcha fica mais fácil. Diminui as preocupações com a mudança de marcha e deixa o ato de pedalar muito mais fácil.
Se a sua bicicleta tem 2 coroas e você quer usar uma coroa só sem gastar, é simples!
Para fazer isso basta remover suas coroas e o cambio dianteiro e instalar uma coroa narrow-wide (recomendo também 1 guia de corrente). E aí basta escolher o tamanho do cassete e da corrente de acordo com às suas necessidades e o relevo em que você vai andar.
Eu atualmente estou usando uma relação 1×12 na minha bike (34 x 11-50), e gosto muito da experiência. Tenho quase a mesma extensão de marchas de um grupo de duas coroas, o que muda é que o escalonamento de marchas (o pulo entre as marchas) é maior, mas isso é algo que não me incomoda muito.
Depois prometo fazer um post melhor sobre o assunto.
Caso esteja na dúvida sobre qual relação usar, recomendo ver nosso Guia para Relação de MTB.
SUSPENSÃO para MTB
Minha suspensão antiga é uma REBA SL, hoje apenas um modelo abaixo da SID, o top da família de garfos ROCKSOX para XC.
Hoje possuo uma Rockshox XC30, teoricamente uma suspensão mais simples na família Rockshox, mas de desempenho muito melhor quando comparado ao que eu tinha em minha antiga bike. Minha REBA antiga demorou algum tempo até que eu conseguisse regulá-a ao meu gosto. Duas câmaras de ar, além da regularem da velocidade de retorno, complicavam um pouco a tarefa.
Hoje minha suspensão atual, tem apenas uma câmara de calibragem de ar. O que facilitou muito o processo de acertar minha suspensão. Foi apenas calibrar a suspensão de acordo com o meu peso (mais o peso da minha mochila de hidratação), regular o retorno e sair apavorando.
QUADRO DE CARBONO no MTB
Engana-se quem acha que a única vantagem dos quadros de carbono é o menor peso. Um quadro de carbono, além de ser mais leve, pode ser moldado de formas diferentes, o que nas bicicletas para ciclismo e triathlon, pode significar mais aerodinâmica e mais velocidade.
Outro aspecto importante dos quadros de carbono é poder ajustar a quantidade de material e sentido da organização das fibras de carbono no quadro, possibilitando deixar algumas regiões mais rígidas, como o movimento central, que resulta em menor perda na transferência de força entre o ciclista e a bicicleta; e outras regiões mais moles, o que pode aumentar o conforto e absorção de impactos da bicicleta, poupando um pouco o desgaste do ciclista.
No meu ponto de vista as desvantagens do carbono, além do preço, são a durabilidade (os fabricantes costumam recomendar trocar de quadro após 3-5 anos dependendo do uso) e a limitação de peso, já que a maioria das marcas limita o peso máximo na casa dos 110-120kg o que deixa as bicicletas inacessíveis para os ciclistas mais pesados.
No entanto, não posso deixar de falar que as bicicletas de alumínio estão muito melhores hoje (2018-2019) sendo possível ter uma bicicleta extremamente leve e capaz, mesmo com um quadro de alumínio.
GUIDÕES MAIS LARGOS (para Mountain Bikes)
A turma do Downhill e do Enduro, já sabia disso faz tempo e usava os guidões mais largos. Guidões mais largos possibilitam mais controle e mais agilidade na pilotagem. Algumas pessoas evitam os gudiões largos por medo do gudião enroscar em passagens estreitas na trilha.
Mas o que você prefere? Evitar enroscar em um ou dois trechos estreitos na trilha ou ter mais controle em todos o restante da pedalada. Colocar um gudião mais largo na bike irá instantaneamente melhorar o seu controle da bike.
A recomendação normal é usar um gudião de 20-30cm mais comprido que a largura de seus ombros. Eu atualmente estou usando um gudião de 720mm e estou simplesmente adorando. Eu recomendo!
RODAS MAIORES
As rodas maiores já se estabeleceram no MTB. Deixaram de ser tendência e viraram realidade. As rodas rodas grandes oferecem mais estabilidade, tração, facilidade de manter a velocidade e mais conforto. No Brasil as aro 29 atualmente representem a grande maioria das bikes vendidas no mercado, refletindo a preferência dos ciclistas.
As rodas 27,5” tem se mantido como uma opção entre as bicicletas de Downhill e Enduro, principalmente no tamanho Plus Size.
Porque comprar uma bike nova?
Por essas razões acima, penso sinceramente que se a sua bicicleta tiver mais de 2 anos, você pode não estar aproveitando toda a tecnologia disponível para melhorar a experiência de pedalar. Isso porque, grande parte das coisas citadas nesse artigo estão disponíveis em quase todas nas bicicletas a partir de R$5mil reais, o que permite que um grande número de pessoas possa usufruir dessas melhorias.
Boas pedaladas!!
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