Embarque em Milão finalizado, já contando os minutos para descer em Munique e correr para uma festa!! Forró, é claro! O festival de Munique já tinha começado e eu estava ali sem dançar… Felizmente era apenas a pré festa na quinta-feira e eu ainda teria até segunda para aproveitar!
O aeroporto de Munique é um pouco longe do centro da cidade, mas como tem um bom serviço de trem, fica mais fácil de se locomover e não tão caro (o custo de transporte público em algumas cidades da Alemanha é um pouco salgado). Peguei minha mala e fui até o terminal de trem e 30 min depois saio na estação que me haviam indicado. Saí por uma escada que dá de frente para um portal lindo da cidade e apesar de atrasado ainda consegui tirar umas fotos! Ok, vamos ver se esse mapa offline funciona mesmo… Sem internet a sorte é poder contar com esses mapas (aplicativo HERE) e o GPS. Consegui achar a rua que teria que pegar o metrô de superfície e depois era só caminhar umas 3 quadras.
O forró estava rolando numa quadra esportiva ao ar livre e já se podia ver alguns com roupa de frio e outros ainda resistindo ao vento gelado que começava a soprar… Foi uma festa linda com vários reencontros muito bacanas (afinal, já tinha se passado 6 semanas desde o último festival em Paris!). Cheguei direto pra pista de dança e só fui perceber que não tinha comido nada desde as 14h, quando era hora de ir embora, quase meia-noite… (isso pode explicar um pouco por que perdi 6 kg desde que saí do Brasil).
Munique já estava na minha rota de colisão desde que saí do Brasil, pois ouvi falar que era um dos melhores festivais da Europa… Acabei por uma feliz coincidência ainda em Londres, conhecendo os dois principais organizadores do festival, a Erica que dança muiiiito bem sem nunca ter ido ao Brasil (dos EUA e mora na Alemanha a 10 anos…) e o Chris que eu achei que era brasileiro (fala super bem o português e muito gente fina, e é alemão!!). Eles foram já uma primeira ótima impressão do que me aguardaria na Alemanha. E disseram que poderiam me ajudar a encontrar um lugar pra eu dormir durante o festival. Então, no final da pré festa, a Erica foi me apresentar para a menina que iria me hospedar!
Sonja não tem facebook e não tem whatsap, mas tem email! Calma, ela tem 25 anos (mais ou menos) e só não gosta de tecnologia! Conversamos muito por email antes de eu chegar na cidade e me ajudou muito com algumas informações práticas. No final da festa, ela me disse que teríamos que sair no máximo 23:50 para não perdermos o último trem, pois ela morava um pouquinho longe… Sabe aquele pertinho de mineiro!? Que você anda 100 km e ainda não chegou na padaria!?? hahahahaha exatamente, então foram 30 min de metrô (que pra mim parece trem, pois sai da parte subterrânea e parece que vai pra outra cidade). Nesse tempo, foi possível conhecer um pouco mais sobre a estudante de matemática e voluntária do festival que iria me receber.
“Então Fred, eu moro num flat um pouco afastado da estação de trem… Eu já levei hoje de manhã 2 bicicletas para podermos chegar mais rápido até em casa!” Eu olho pra minha mala de 23 kg, minha mochila com quase 8 e minha câmera fotográfica: como é que vou fazer agora com isso tudo!? “Teremos que arrumar um jeito ou então eu vamos caminhando e eu vou com as duas bikes…” Como estava frio e muito cansados, gastamos uns 5 min tentando “engenheirar” uma solução (famosa gambiarra)… e claro, conseguimos!! Uma das bikes tinha aquele suporte para carregar uma pessoa na garupa. Então amarrei a corrente no suporte e na mala… pronto, agora é só puxar que vai! Hahahahahaha e não é que funcionou o negócio!? Foram mais 12 min de bike por ruas desertas e do nada, menos de 100 metros para chegar a mala começa a fazer um barulho horrível: 2 das quatros rodinhas haviam ido pro espaço… Criei um problemão, resolvendo outro… Ok, já está tarde, amanhã penso no que fazer!
No outro dia, acordo com o mugido de vacas no quintal, quase as 6h da manhã… Bem que ela tinha falado que tinha um curral próximo, mas não imaginei que seria dentro do meu ouvido…kkkkkk Dormi mais um pouco e quando foi umas 9h da manhã saí para comprar algumas coisas no supermercado do lado e fiz um baita omelete para gente de café da manhã (com direito a tomate, queijo gruyere, cogumelo fresco e presunto espanhol!).
O festival de forró feito em Munique é organizado pelos estudantes universitários e sem o interesse de terem lucro e isso faz toda a diferença: eles fazem por amor a esse ritmo que eu também amo tanto e você pode ver como a organização alemã é perfeita! Foi uma das melhores experiências que já tive. Para você ter uma idéia: eles param de vender ingressos quando chega um limite (e não existe esse lance de primeiro lote, segundo lote e o valor vai aumentando de acordo com o prazo…). Então, as festas até comportavam mais pessoas, mas eles decidiram não abusar da regra: casa de dança tem que ter espaço pra dançar!!! (difícil de explicar em alguns lugares…).
A cidade é linda e tive a sorte de ter sol e poucas nuvens a maior parte dos dias que estive por lá. Até presenciei algo interessante: tem um rio lindo que corta a cidade e ele na parte mais central faz uma pequena ilha, onde tem um museu super bacana. Lá, existe uma faixa de “areia” (na verdade são pedras) que parece que você está na praia. E não é que a galera estava ali, tomando sol e se divertindo naquela água gelada!? Hahahaha
Neste festival, eu não estava como professor oficialmente, mas fui convidado por uma amiga, Camila Alves, para dar aula juntamente com ela. A Camila é filha de brasileiro com português e casada com brasileiro, meu amigo Luciano Alves e apesar de ter 23 anos, dança muito! Nossas aulas foram muito boas e a segunda estava abarrotada de gente. A Alemanha é provavelmente o país que tem o maior número de pessoas adeptas ao forró e com certeza o país que possui mais festivais na Europa. Isso reflete no nível de conhecimento e de dança dos gringos: altíssimo (sim, muito melhor do que muito brasileiro(a)!).
Lembram da minha passagem linda por Istambul!? A minha amiga que organiza os forrós por lá, onde fiz o workshop, é diretora de uma galeria de arte, naquela cidade. Por uma feliz coincidência, ela estava no mesmo final de semana que eu fazendo uma exposição de arte em Munique (http://www.stroke-artfair.com). Ela me convidou e fui lá ver um amontoado de galerias do mundo inteiro (inclusive uma galeria muito bacana que tem na Vila Madalena em São Paulo, que eu já tinha visitado antes)!
Bora então para alguns dias de descanso pós o festival, mas na França, precisamente em Estrasburgo, visitando um casal de amigos!!
Beijos a todos e nos vemos na próxima!
Nota: foto do celular em movimento, chegando na casa da minha anfitriã quase a 1h da manhã
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