Como dois dias antes, Bruxelas havia sido atacada por terroristas (haviam prendido o autor dos atentados de Paris do ano passado), o alerta de segurança em Paris foi aumentado para o nível mais alto. Estava indo de ônibus de Aia diretamente para Paris e passamos por vários pontos de controle anti terrorismo. Isso nos atrasou em mais de 30 min, pois homens armados entraram no ônibus e fizeram um check em todos os documentos e passaportes.
Chegar numa quinta-feira em Paris por volta das 18h em Porte Maillot é o mesmo que chegar em São Paulo pela Rod. dos Bandeirantes tentando pegar a Marginal Tietê… ou seja, um trânsito de deixar qualquer um de cabelo em pé. Como eu não tinha compromisso, tinha bateria suficiente no meu laptop e ainda tinha muita coisa para escrever das viagens anteriores, eu nem me preocupei e deixei meu motorista cuidar do assunto… rssss
Foi a terceira vez que fui a Paris, mas foi a primeira vez que cheguei por terra. O sistema de transporte público da cidade Luz é muito bom para te integrar a vários pontos. Não é muito amigável com o turista, pois muitos pontos não possuem elevadores (pelo menos eu não vi) e tão pouco escadas rolantes… Então, com uma mala de 23 kg, um mochila de mais 6 kg e uma câmera, é um desafio interessante. Mas, por outro lado, como não tenho academia, está servindo para me manter em forma!!
Olha que lindo ficou essa foto em preto e branco da Torre Eiffel!!
Cheguei com facilidade na casa da minha amiga que ofereceu a hospedagem (conheci ela e mais uma galera muito linda no festival de forró de Londres). Fui recebido por uma verdadeira parisiense: geladeira cheia de queijos, vinhos e excelentes pães! Nada melhor para um andarilho faminto!
Todas as vezes que estive nessa cidade eu fui agraciado com um tempo bastante propício para o turismo. Dessa vez não foi diferente: temperatura por volta dos 12 graus a maior parte do tempo e tempo firme (alguns dias com sol). Apenas nos últimos dois dias que o tempo voltou com cara de inverno e até chuva de granizo teve, com uma queda de temperatura para próximo de zero (aí foi quando eu fiquei doente pela segunda vez na Europa, com uma gripe bem chata…).
Os primeiros 5 dias foram intensos com o festival de forró e alguns workshops que fui convidado para dar. Paris é um dos lugares que melhor se dançam forró na Europa. Pelo menos as mulheres me impressionaram de forma muito positiva. Além de dançarem muito bem, muitas falam português e amam nossa cultura. Muito feliz por ver esse movimento por aqui! Mesmo passando noites em claro (um pouco diferente de Londres, pois o transporte público funciona até um pouco mais tarde aqui e também o Uber é mais barato), eu consegui aproveitar bastante o dia para ir a lugares ainda inexplorados.
Fizemos um tour guiado pelo Louvre, novamente com meu amigo Olek (o mesmo que fez o tour pelo Tate Modern Museum em Londres). Ele chegou um pouco atrasado, mas chegou com os ingressos na mão para evitarmos a fila bastante longa. Então foi mais que perdoado! O Louvre é lindo, gigante e cansativo (você precisa de vários dias com calma para poder conhecer tudo). Visitar com um guia oficial, que fala bem o inglês e que tem interesse em compartilhar detalhes sobre a arquitetura, quadros e fatos históricos, é uma experiência excepcional!!
Mortos de fome após 4 horas de caminhada, saímos do Louvre e fomos a um restaurante típico parisiense. Com vinho e um prato grande de carne, salada e batatas (para um magrelo que dança 6 a 8 horas numa balada de forró, quando eu digo que o prato é bem servido, podem acreditar!!), o valor ainda foi razoável (18 euros). Já com o ânimo de volta aos nossos sorrisos, fomos tomar um banho e balada novamente (aqui vai um testemunho pessoal de que pelo menos meus amigos franceses, tomam banho diariamente e alguns até mais do que um por dia, então a minha experiência é bem positiva, diferente das histórias que ouvi sobre a França).
Um fato engraçado que poucos heterossexuais gostariam de admitir em público: minha amiga tinha convidado mais estrangeiros para se hospedarem em sua casa e como ela mora em um apartamento pequeno, isso significaria dividir a cama de casal com outra pessoa. Na primeira noite, dividi com uma mulher. Depois ela foi para um hostel e no dia seguinte foi a vez de dividir a cama com um amigo. O Jan, holandês que foi estudar no Brasil e adora forró, é magrelo e tem quase 2 metros de altura. O único problema é que o cara se mexia a noite inteira e como era um sofá cama, parecia que tinha alguma criança brincando na cama elástica… Então, essa foi a primeira vez na minha vida que eu dividi a cama com outro homem. Nada de mais, mas prefiro dormir sozinho ou com uma mulher!! hehehe
Resolvi tirar uma tarde para ir dançar salsa, no mesmo lugar que fui dois anos atrás e que eu havia amado! Estava um pouco cansado de só ouvir forró e foi a melhor coisa que fiz. Duas outras brasileiras se renderam ao meu convite e lá fomos! Barrio Latino, é o nome do lugar, e fica numa região muito central de Paris. É uma casa grande, com o piso de madeira e excelente música! Tive a melhor dança dos últimos meses, com uma francesa que escutava a música da mesma forma que eu, isto é, todos os instrumentos e notas musicais à flor da pele, e pouco preocupada com passinhos e malabarismos que vemos com certa frequência no meio da dança. 3 Horas de salsa no domingo a tarde e pronto para outro forró na parte da noite!
Minha última noite em Paris foi bem típica: um casal de amigos foram até a casa que eu estava, com uma garrafa de vinho e alguns queijos. Já tinhamos outra garrafa e alguns pães e esse foi o nosso jantar! Você consegue comprar vinhos de excelente qualidade entre 8 e 15 euros. Se for para próximo de 20 euros, terá vinhos realmente memoráveis! Como eu estou num ano sabático e não sou um sommelier, os vinhos da primeira faixa me atendem muito bem!
Chegou o dia de ir embora e ainda tenho aquela sensação de que falta muito para conhecer! Vou voltar ainda para estudar essa língua que me deixa intrigado e apaixonado! Cidade da Luz deveria ter o apelido de cité de l’amour!
Até semana que vem!!
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