Depois do sucesso de seu post sobre HGH Energizer, mais uma contribuição do meu amigo e colaborador Guilherme Garlipp Tedeschi, hoje falando sobre um suplemento muito polemico, o DHEA.
Veja o artigo abaixo:
É muito interessante observar o número de pessoas que procuram informações sobre qualquer coisa que sugira rejuvenescimento, melhora na qualidade ou prolongamento da vida. Outra coisa bastante assustadora é o quanto a palavra “natural” se sobrepõe a qualquer citação em relação a efeitos colaterais e danos à saúde.
A Dehidroepiandrosterona ou simplesmente DHEA é um hormônio produzido pelo corpo humano, principalmente na glândula supra renal (sobre os rins) e corresponde ao maior volume hormonal circulante no organismo. Apesar do nome difícil e praticamente ilegível, o efeito do DHEA no corpo humano pode ser facilmente entendido. Essa substância é considerada na verdade como um pró-hormônio, já que corresponde a uma fase anterior a de outro hormônio (androstenediona) e por fim à formação de testosterona.
Quase todo mundo já ouviu, pelo menos alguma vez na vida, algum comentário sobre a testosterona. É um hormônio predominantemente masculino que causa grandes efeitos positivos na maturação de alguns órgãos e sistemas, além de contribuir diretamente no desenvolvimento das características masculinas no homem, como a voz grossa, pelos faciais, entre outros, sendo que em mulheres ela está presente em menor quantidade.
Atualmente é fácil encontrar na internet menções sobre o uso do DHEA via oral, com o objetivo de melhorar as capacidades físicas e aumentar o tempo de vida. De certa forma, isso não é uma informação incorreta, nem mentirosa, já que diversos estudos científicos trazem esses resultados. Por outro lado, a maioria deles é realizada com ratos e não demonstra as reações adversas que podem surgir em longo prazo.
O que se sabe é que o DHEA produzido pelo organismo diminui sua concentração no sangue, ou de forma mais clara, sua quantidade quanto maior for a idade do indivíduo. Assim, uma pessoa com 80 anos possui cerca de 20% de DHEA quando comparado com um adulto jovem de 25 anos. Outro dado importante é que o DHEA ajuda na redução da gordura que envolve os órgãos e além disso, previne a diabetes tipo 2, já que diminui a resistência da insulina pelo tecido muscular, que normalmente ocorre no idoso.
Sabendo disso, qual é a primeira ideia (brilhante) que surge à cabeça? Suplementação.
Ingerir ou injetar DHEA é fomentar uma maior produção de testosterona, que ao contrário do DHEA, tem vários efeitos colaterais muito conhecidos e algumas vezes irreversíveis, como o câncer de próstata e atrofia testicular em homens e o surgimento de características masculinas em mulheres, além disso, outra coisa que não se fala por aí é que a DHEA está entre as substâncias proibidas para atletas, sendo considerada doping.
Sendo assim, é preciso ter muito cuidado para interpretar a palavra “natural” e considerar que natural é envelhecer, sem a necessidade de suplementação alguma, somente em casos extremos, de doença, esportes de alto nível ou qualquer outra recomendação médica e nutricional, além disso, acreditar, sem “torcer o bico”, no fato de que praticar hábitos saudáveis é a melhor forma de manter uma vida longa e cheia de saúde.
Referências:
- World Anti-Doping Agency. Acesso em 31 de agosto de 2011.
- National College Athletic Association (NCAA).
- Gerd-Achim Kullak-Ublick. Dehydroepiandrosterone sulfate (DHEAS): identification of a carrierprotein in human liver and brain. FEBS Letters 424 (1998) 173-176
- Ryan Calfee and Paul Fadale. Popular Ergogenic Drugs and Supplements in Young Athletes. DOI: 10.1542/peds.2005-1429 Pediatrics 2006;117;e577.
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