A muito tempo eu sou adepto dos tênis minimalistas (o meu preferido ainda é o NIKE FREE), pra falar a verdade, nos últimos anos eu corria APENAS usando o NIKE FREE.
Confesso que foi amor a primeira passada. Um tênis leve, confortável que se adaptava ao meu estilo de correr (forefoot striker).
Acredito sim que alguns calçados podem ajudar a melhorar a técnica de corrida dos corredores. Se quiser saber mais sobre isso recomendo ler o artigo Entenda os tênis minimalistas, onde explico essa categoria de tênis e faço algumas recomendações de adaptação.
No entanto, ao encontrar o SPIRA SPINGER 3 e sua proposta, resolvi experimentar e por à prova esse tênis um tanto quanto inusitado.
Vale lembrar que esse review é totalmente independente, já que EU COMPREI o tênis (comprei o meu na SPORTIX).
SPIRA STINGER 3
A SPIRA é uma marca americana que já está no mercado americano a um certo tempo, mas que chegou ao Brasil a poucos anos.
A proposta do tênis é ser um produto durável que possa ser usado por mais tempo sem que o usuário experimente perdas na capacidade de amortecimento do calçado. A maioria dos fabricantes recomenda trocar o seu calçado após 400km de corrida, a SPIRA afirma que os seus calçados aguentam mais de 600km sem perda de performance.
A marca é utilizada por alguns atletas da elite do triathlon Brasileiro, além de Freison Costa (a pedra no sapato de Adriano Bastos Campeão da Maratona da Disney).
Construção:
Além de muito bonito, o tênis é bem construído. O solado de EVA é bipartido, tem as duas partes unidas por uma pequena placa de carbono que promete melhorar o retorno de propulsão do corredor. O solado tem 8mm de drop, entre o calcanhar e a ponta do pé. O que é bem mais do que eu estava acostumado nos nike free que eu uso a muito tempo.
Apesar de ser recomendado para provas, eu classificaria o Stinger 3 como um tênis da categoria de amortecimento, assim como o seu irmão Spira XLT.
O cabedal é ventilado e extremamente resistente, o que pude verificar após quase 500km de corrida, sendo a maior parte em trilhas. O calçado pesa 220g (cada pé).
Sistema de Molas:
A SPIRA utiliza no solado do Stinger 3 3 molas de aço que chamam de WaveSpring. E a proposta desse sistema é manter a capacidade de amortecimento do calçado por mais tempo, aumentar o retorno de energia do calçado, diminuir as foças de impacto da pisada do corredor e poderem ser adaptadas em diferentes calçados para diferentes atividades.
Segundo a SPIRA as molas perdem apenas 3% da sua capacidade de amortecimento após 1600km de uso, embora eu ache que a estrutura do tênis se desfaça bem antes de toda essa quilometragem.
Duas molas são posicionadas no ante pé e uma mola no calcanhar do calçado.
Correndo com o Spira Stinger 3:
O tênis é realmente bem macio, e apesar do seu solado maior do que eu estava acostumado, tem uma ótima mobilidade do solado o que garante segurança e estabilidade nas trilhas por onde corre.
As molas de aço parecem cumprir bem o seu papel e mesmo após 500km de uso, ainda sinto que o tênis mantém suas características sem perder a forma ou ter a sua sola compactada. Acho que é uma ótima opção para ser tanto o tênis de treino principal de um corredor (ou triatleta), bem como ser um tênis de prova das pessoas que buscam um bom peso no calçado sem ter que sacrificar o amortecimento por isso. Eu mesmo competiria um triathlon olímpico ou Xterra com esse tênis.
Coincidência ou não, minhas lesões diminuíram durante o período em que testei o produto.
O único problema é que a mola do calcanhar passou a fazer um pouco de barulho após alguns kms de uso. Como eu corro mais de ponta de pé, só escuto o barulho ao caminhar, mas isso pode incomodar aqueles corredores que pisam com o calcanhar. O barulho parece ser de uma pequena folga entre a mola e a sola de EVA. Procurando alguns reviews na internet, vi que esse é um problema que já aconteceu com outros usuários.
E você já testou o Spira STINGER 3?
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