Sempre fui preocupado com o meio ambiente. Por ser filho de biólogos (pai e mãe biólogos) desde pequeno minha casa foi frequentada por cientistas, e cresci ouvindo termos como ecologia, efeito estufa, compostagem, sustentabilidade, muito antes desses termos virarem populares.
Nunca fui extremista nesses assuntos, e muito menos me considero um “eco-chato”, mas sempre que posso procuro pensar nos impactos das minhas escolhas.
Evito pedir canudos ao comprar bebidas, evito sacolas plásticas nos supermercados. Evito comprar produtos de marcas que não se preocupam com o impacto ambiental na sua cadeia produtiva. E sempre que posso, troco o carro pela bicicleta em meus deslocamentos.
Nos últimos anos, alguns fatos me fizeram pensar e me influenciaram a tentar mudar algumas pensamentos e a me submeter a uma experiência vegetariana.
ATLETAS VEGANOS
Sempre acreditei que fosse necessário comer carne vermelha para manter uma boa saúde, devido ao fato de precisarmos ingerir as proteínas essenciais para o nosso organismo, e as fontes protéicas animais são mais completas na sua composição de aminoácidos (moléculas que compõe as proteínas). Além de escutarmos que a aqueles que não comem carne têm deficiência de ferro e de vitamina B12 no organismos.
Existem poucos estudos sérios sobre o assunto, e eu acreditava verdadeiramente que era preciso consumir carne, mesmo que com moderação, para se ter saúde e manter uma performance esportiva expressiva.
No entanto, alguns amigos próximos (e grandes atletas), não só conseguiram manter suas performances esportivas altas, como em alguns casos, melhoraram expressivamente seus resultados, mesmo depois de virarem veganos (pessoa que não ingere nenhum alimento de origem animal)! Um desses exemplos é o meu grande amigo Marcos Vinicius de Faria, que é um triatleta que já classificou 2 vezes para o Ironman do Hawaii (e já foi até pauta do Mundo Tri).
No exterior temos Rich Roll, atleta de Ultraman que é vegano a um tempo e tem resultados esportivos expressivos.
Pecuária e Impacto Ambiental
Você pode até fazer cara de paisagem, mas é fato que 80% do desmatamento da amazônia Brasileira é causado pela industria da pecuária. É triste, mas é fato!
Enquanto em países desenvolvidos, a maior parte dos gases do efeito estufa emitidos vem do setor energético, no Brasil, que possui o maior rebanho bovino do mundo, 60% das emissões de CO2 resultam da combinação entre o desflorestamento, para a abertura de novas áreas de pastagem. E com a aprovação do novo Código Florestal, isso tende a piorar.
Estima-se que na pecuária extensiva no modelo brasileiro, para cada kg de carne produzido, são gerados 45kg de CO2. Na Europa, a emissão de CO2 na pecuária, fica em torno de 15kg de carbono emitido por quilo de carne produzido (1 terço da emissão brasileira!).
Ou seja, a equação é simples. Comer carne siginifica contribuir diretamente para o aumento da emissão de CO2 na atmosfera e principalmente com o desmatamento da Amazônia.
Se eu me preocupo com a emissão de CO2 na atmosfera, e muitas vezes até deixo o carro na garagem para ir de bike ao trabalho, comer tanta carne não faz sentido, não acha?
Assim, pensei que não contribuindo para a indústria pecuária, estaria ajudando a redução dos gases de efeito estufa.
Beleza então! Mas posso comer suínos aves e peixes, não posso? – Não, não pode!
Embora hajam esforços enormes dos criadores de aves, suínos e da indústria da pesca para esconder algumas informações, recentemente alguns outros dados vieram a tona.
Industria de suinos
Em outubro de 2013, tivemos a suspensão da importação de toda carne suina exportada para a Russia, pela presença da substância ractopamina, que para quem não sabe é um esteróide anabólico, que estimula o crescimento muscular dos animais. A substância é proibida em quase todos os países do mundo, no entanto é liberada no Brasil.
Esteróides anabólicos (ou anabolizantes), são comprovadamente danosos ao nosso organismo, aumentando em muito a chance de sofrer diversos tipos de cancer, problemas hepáticos, disfunções sexuais/ reprodutivas, apenas para citar alguns problemas.
Se eu sou preocupado com minha saúde, porque vou consumir uma carne que usa substâncias nocivas em sua produção?
Industria de Aves
Embora muitos acusem de se usarem hormônios para a criação dos frangos de granja, o que não acontece. (Se tiver dúvidas leia O Mito dos Hormônios na carne de frango)
O principal problema do consumo de frango, são os antibióticos que são utilizados na ração dada aos frangos.
Muitos países já proibiram essa prática. No Brasil no entanto, a discussão ainda está bastante polêmica.
O grande problema, é que o uso sistemático de antibióticos na produção de ração, pode gerar bactérias mais fortes o que acarreta muitos riscos aos seres humanos. Quem não lembra da gripe suina, da vaca louca? Essas foram alguns dos episódios mais recentes desse fato.
E os Peixes?
O principal problema em se comer peixes, é a pesca predatória, que simplesmente esta dizimando a população de peixes dos mares e rios.
É cada vez mais difícil achar alguns tipos de peixes. No pantanal, a quantidade de peixes diminui assustadoramente. No litoral brasileiro, a situação não é muito diferente, e os pescadores tem que se afastar cada vez mais da costa para poder achar algum tipo de peixe.
Algumas espécies são mais prejudicadas do que outras, veja o caso.
Pesca predatória
Alguns pesquisadores, afirmam que estamos bem próximos de extinguir os peixes do mar. Afirmando ainda que nos próximos anos será comum passarmos a comer águas-vivas e iscas por falta de peixes disponíveis para o consumo.
Alguns podem falar que é exagero, mais está havendo um holocausto nos oceanos com a pesca extrativista.
Isso tudo sem falar na crueldade com os animais. (Se você tiver estômago assista inteiro ao vídeo Earthlings)
No 2ª post faço o relato detalhado minha experiência vegetariana. Leia a 2ª Parte da Minha Experiência como Atleta Vegetariano!
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