Istambul, Turquia

Escrevo sobre esse lugar sensacional, dentro do avião indo para Grécia… Obviamente ainda estou bastante emocionado pela minha partida!!! Ou seja, tive uma semana tão fantástica que não sei exatamente por onde começar a escrever. Numa plena segunda-feira, ao meio-dia, 3 pessoas que a poucos dias atrás eram totalmente desconhecidas, vão ao seu encontro no ponto de ônibus para se despedirem! É para deixar qualquer coração de pedra mole… O meu que é mole então, derreteu!!! 🙂

Saí da Polônia, extasiado e fui ao encontro de um país com tanta história de tantas civilizações diferentes, que até me fez recordar as aulas cativantes que tive durante o segundo grau com um dos professores que quase conseguiu me fazer desistir de engenharia para estudar alguma carreira na área de humanas…

Então, era um dos destinos que não tinha tido o prazer de visitar e também não conhecia ninguém… Claro que amigos e uma boa comunicação, resolveram esse detalhe: a Camila Alves, uma portuguesa professora de forró e casada com um amigo brasileiro, ao saber que eu iria para Istambul fez logo alguns contatos no facebook e pronto, lá estavam meus novos amigos, Murat e Bengu, que ficaram supercontentes em organizar um workshop de forró comigo durante o final de semana que eu estaria na cidade. Em 3 dias, eles adicionaram mais um turco na conversa e resolvido onde eu ira ficar.

Mert Tuna, me escreveu em português e já ofereceu logo hospedagem em sua casa e imaginem só: foi até o aeroporto, no domingo as 22h, para me encontrar e ter certeza que eu não teria dificuldades para achar a casa dele. Ele morou em Portugal por um tempo e depois ficou 3 meses no Brasil! Fala bastante bem o português e de cara já foi um como rever um amigo de tempos!

Istambul as 23h é super movimentada e com alguns pontos de engarrafamento (semelhança com Sampa?!). O Aeroporto fica bem afastado do centro da cidade (parte europeia!! Irado né!? Você fala pro seu amigo: hoje tem festa lá na Ásia, bora!? Sei não cara, preciso terminar algumas coisas aqui na Europa… hahahahahaha). Você tem a opção de pegar ônibus, táxi ou metrô (que também te conecta ao que eles chamam de MetroBus, linha expressa de ônibus que cruza essa cidade gigante que tem cerca de 20 milhões de habitantes!).

Chegamos na casa do meu amigo, mas claro passamos para comprar cerveja típica turca antes (não, não me deixou pagar nada, nem o táxi… Já tinha achado que seria raptado, tava parecendo bão demais pra ser verdade!). Ele que é advogado, mora com o irmão, também advogado, e parece uma república de estudantes (deu até saudade de São Carlos!). Eles tinham cozinhado no dia anterior um prato típico turco que agora me fugiu o nome, mas me deixou até com vergonha de dizer que eu sabia cozinhar… Pão caseiro, feito por eles, recheado com carne envolvida com uma massa de nozes triturada com cogumelo fresco, levado ao forno! Bom!??? Sensacional, ainda mais após um dia viajando, passando por controle de passaporte, conexão na Ucrânia…

Fomos até quase 1 da madrugada, pois o meu super anfitrião, queria ter certeza que eu tinha todas as informações de turismo e que também eu teria planejado as opções de passeios fora da cidade. Me ajudou a comprar as passagens para a Capadócia (óbvio que aí eu que paguei!). Meu programa então estava resolvido: segunda-feira, acordar cedo e ir até o centro com o meu novo amigo, trocar euro para Turkish Lira e depois começar o passeio turístico. Opa, bora dormir. Qual sofá que eu posso dormir!? “Não, você vai dormir no meu quarto e eu vou dormir no sofá e sem discussão, pois eu já decidi!” Preciso ainda muito aprender com esse cara em como tratar um desconhecido!

Desci pelo funicular até Kabatas e de lá peguei o Metrô de superfície que margeia todo o estreito de Bósforo e cheguei na região de Sultan Ahmet. O primeiro som que você faz é: uauuuu. Por onde eu tenho que começar mesmo!? É tão lindo e com tantas construções antigas que realmente não dá para saber qual a ordem. Mas segui a sugestão do meu amigo e bora: Mesquita Azul, Palácio Topkapi, Ayasofya museu, cisterna e daí caminhar até a torre para terminar o dia. Importante: vale a pena comprar o passe de 5 dias para os museus, pois poderá utilizar em muitos lugares e economizar uma boa grana.

Foi a primeira vez na vida que eu tinha entrado numa mesquita! Que sensação diferente e que energia! A Mesquita Azul é um prédio imponente construído em frente a igreja bizantina (que tinha nessa época também sido transformada em mesquita) para se impor a essa última e demonstrar a supremacia do mesmo Deus, mas contado por outra fé. Perguntei como deveria me portar e a resposta foi: apenas seja educado e respeitoso (amplo esse conceito né!?). Então na entrada eles te pedem para retirar os sapatos e se você quiser pode colocar um plástico que eles providenciam sem custo, para você não sujar os pés. Sem incidentes culturais, sentei um pouco para apreciar a arquitetura e pintura do lugar. Sem deixar de meditar um pouquinho, vai que Alá estivesse de plantão e pudesse me ouvir e ajuda acabar com a ignorância e egoísmo do ser humano!?

Aquele bairro que eu estava presenciou muita guerra, surgimento e queda de civilizações dos Bizantinos, Turcos e Otomanos. Eu não vou escrever aqui sobre história, pois além de impreciso eu não tenho muita credibilidade para isso. Então recomendo uma boa pesquisada em livros de história da região, que foi um dia o maior império do mundo! O palácio dos sultões é gigante! Pena que cheguei as 15h e fica aberto apenas até as 17h, e não é suficiente. Possui um jardim lindo e várias pequenas exposições: joias, espadas, roupas, porcelanas…

A cisterna da cidade foi desenhada para poder armazenar água em caso de alguma guerra em que eles não pudessem sair do cerco. É um lugar mágico e único: uma série de colunas dão a impressão de estarmos numa cidade subterrânea. Lá é possível ver algumas estátuas antigas e duas curiosas cabeças da famosa Medusa da mitologia grega. Se você tiver uma câmera boa, conseguirá fazer algumas fotos muito bonitas sem flash, pois a luz do ambiente é pouca. Visita obrigatória.

O Palácio Dolmabahçe é um dos palácios mais impressionantes que eu já visitei. Fica de frente para o Bósforo do lado Europeu, e é realmente gigante. Decorado com imponência, tem uma série de candelabros enormes e o salão principal, onde se celebravam as festas, possui um candelabro que pesa mais de 3 toneladas… Possui um jardim muito bonito e se você tiver tempo poderá ir até a área reservada para as concubinas (mas é preciso pagar a parte e fecha as 16h).

Meus amigos me convidaram para ir jantar numa sexta-feira e experimentar a tradição da mesa de Raki (a bebida tradicional, feita de álcool de uva misturada com anis). Segundo os costumes locais, é uma bebida em que os aperitivos são feitos para acompanhá-la. A pessoa mais jovem da mesa, serve os demais e ao brindar o mais novo brinda com a parte superior do seu copo na parte inferior do copo da outra pessoa. Isso demonstra respeito e consideração. Eu obviamente bebi o primeiro gole e acompanhei a cerimônia, mas realmente não consigo beber nenhuma bebida com anis (na Colômbia, a cachaça local também é misturada com anis e não descia…). Eles muito gentis já sabiam que era uma bebida para amar ou odiar, me ofereceram cerveja e seguimos a noite conversando.

Gostei tanto da Turquia, que vou precisar escrever sobre a Capadócia no meu próximo post, para não ficar muito longo!

Até a próxima, teşekkürler!! (obrigado)

Nota 1: foto tirada da cisterna com esposição manual, sem flash usando o parapeito como apoio.

Nota 2: os turcos são apaixonados por gatos. Tanto homens quanto mulheres chegam a parar nas ruas para acariciá-los e também para dar comida! 🙂

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Comentários

Uma resposta para “Istambul, Turquia”

  1. Avatar de Regina De Melo Botelho

    Oi Frederico Viana! !! Amei viajar nesse post com você! ! ! Até imagino os lugares em que você passou! ! ! Uma viagem linda e surpreendente! ! ! Que cada canto seja um encanto! ! ! E que você possa conhecer pessoas incríveis e de bom coração por onde andares! ! ! Beijo grande e Deus ilumine e proteja seus caminhos! !! Saudades! !!

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